Janaina Leite
Atriz, diretora e dramaturgista. É uma das fundadoras do premiado Grupo XIX de Teatro de São Paulo e doutora pela Escola de Comunicação e Artes da USP.
Em 2008 deu início a sua pesquisa sobre o documentário e o uso de material autobiográfico em cena, resultando em diversos espetáculos e no livro "Autoescrituras performativas: do diário à cena", publicado pela Editora Perspectiva. Em 2019, estreou o espetáculo "Stabat Mater", contemplado pelo Edital de Dramaturgia para Pequenos Formatos do Centro Cultural São Paulo e ganhador do prêmio SHELL de melhor dramaturgia.
Foi ainda finalista do prêmio APCA e eleito melhor espetáculo do ano pelos críticos do Jornal do Estado e da Folha de São Paulo. Na MIT-sp de 2020, principal festival internacional do país, além de Stabat Mater estar entre os selecionados para a plataforma BR de internacionalização, Janaina Leite foi escolhida como "pesquisadora em foco" tendo várias ações do festival destinadas à sua pesquisa. Trabalha com orientação de cursos, palestras e curadoria no Brasil e em países como França e Portugal.
Atualmente, desenvolve seu novo trabalho "Ensaios Escopofílicos para uma História do Olho", tensionando teatro, experiência e pornografia sob a perspectiva de um real obsceno.
Saiba mais: www.janainaleite.com.br
Laboratório presencial na Paraíba
com Janaina Leite (SP)
A proposta consiste em trazer a João Pessoa uma das maiores referências na pesquisa sobre o uso de documentário e autobiografia na cena brasileira, a artista paulistana Janaina Leite, para assessorar as pesquisas autorais dos artistas de diversas áreas do Estado e regiões vizinhas.
Gostaríamos de saber se você tem interesse em participar dessa incrível vivência. Estamos em busca de apoios para trazê-la em parceria com os órgãos públicos do Estado da Paraíba. Mas caso não seja possível viabilizar uma parceria com apoio institucional, a proposta é que a ação seja realizada com a cobrança de uma taxa de inscrição a qual será revertida para arcar com as despesas da vinda da artista e da execução da vivência.
SOBRE o período: previsto para ocorrer de 2 a 4 dias, entre os dias 16 e 27 de março / 2022.
(dias, horário, local e valor a ser confirmado).
Segue abaixo as 02 propostas de laboratórios.
Por favor sinalizar se tem interesse no laboratório 1 ou no laboratório 2, ou até mesmo nos dois.
Registre seu e-mail no botão ABAIXO, e receba de forma EXCLUSIVA as informações referentes ao formato oficial do laboratório.
ATENÇÃO: As vagas serão limitadas!
LABORATÓRIO I
Dramaturgias híbridas e performativas
Orientação: Janaina Leite
A oficina parte de referências na arte contemporânea, além da experiência de Janaina Leite em trabalhos como “Conversas com meu pai”, “Stabat Mater” e “Camming 101 noites” para pensar o lugar e potencial do documento na produção de dramaturgias híbridas e performativas, que trabalham nos limites entre arte e vida, acontecimento e representação, experiência e registro.
A partir desse referencial, a oficina teórico-prática apresenta diferentes dispositivos para que os participantes possam pensá-los na relação às suas pesquisas e projetos autorais.
Público-alvo: artistas de diversas áreas e interessados em geral.
Vagas: 20
Carga horária: 12 horas
Aula 1 – Apresentação do percurso de pesquisa de Janaina Leite (do “documentário cênico” ao “real obsceno”)
Fala expositiva a partir da experiência de criação dos espetáculos “Festa de separação: um documentário cênico” “Conversas com meu pai” e “Stabat Mater”
Aula 2 – A autobiografia e a escrita das marcas
A história do gênero autobiográfico e suas subversões; o pacto autobiográfico; a autoficção; autorrepresentação na arte contemporânea; a escrita das marcas.
Textos de apoio: “Autoescrituras performativas: do diário à cena” de Janaina Leite e “Pensamento, corpo e devir” de Suely Rolnik, )
Aula 3 – Documentário, arquivos e memória
A experiência do cinema, questões em torno da memória, o testemunho, o potencial do arquivo, a dimensão ética, problemas em torno da ideia de “verdade”.
Texto de apoio: “A dificuldade do documentário” de João Moreira Salles e “Lembranças encobridoras” de Sigmund Freud
Aula 4 – Dispositivos – Como mover o documento?
Exploraremos o conceito de dispositivo como possibilidade de resistência à estrutura fechada, se utilizando dos referenciais da performance para pensar dramaturgias expandidas, programáticas e experienciais.
Textos de apoio: Em busca do real perdido “Alain Badiou”, “Dispositivo de < , “Programa performativo: o corpo em experiência” de Eleonora Fabião
O documento é mudo até que se lhe faça uma pergunta. A frase de Paul Ricoeur nos provoca a pensar o real não como algo dado, mas como algo que responde a chamados. Entender essa condição viva do documento, entendê-lo forma relacional muito mais do que historicizante, nos coloca diante dos riscos, do imprevisível, da mobilidade dos jogos de ressignificação que o documento propõe.
Dessa forma, mais do que registro, prova, monumento do vivido, o documento passa a ser disparador para as irrupções do real, do acaso, de produção de novas experiências.
O oficina é totalmente dedicado aos processos autorais dos participantes de forma a explorar o repertório pessoal de cada um, sua constelação de referências e materiais, seus documentos e arquivos de forma a constituir um “campo simbólico” que possam ser acionados por dispositivos de criação que configurem um projeto artístico. Noções empregadas no módulo anterior como “performatividade”, “programa”, “depoimento”, “autoficção”, “limites da representação” são revisitados e problematizados à luz de cada experiência autoral.
Nos encontros, os participantes se revezam na exposição de seus processos e recebem os retornos da orientadora e dos participantes aumentando o campo de referências e aprofundando as possibilidades formais de cada trabalho.
Público-alvo: artistas de diversas áreas que tenham um projeto ou pré-projeto autoral.
Vagas: 12
Carga horária: 16 horas
LABORATÓRIO II
Laboratório autoral - O potencial do documento como dispositivo
de criação
Orientação: Janaina Leite